Continuo hoje a tradução e
adaptação do artigo do Dr. Vincent M. Riccardi, no qual ele defende o uso de
cetotifeno para evitar o crescimento dos neurofibromas. O título do artigo é
“Utilização atual dos estabilizadores de mastócitos para o tratamento antecipatório
dos neurofibromas na NF1” (ver AQUI o
artigo completo ).
Para facilitar a compreensão, as
palavras do Dr. Riccardi estão em itálico e em verde, e meus
eventuais comentários em negro.
O site de informações do Dr.
Riccardi
Em 2015, criei um site para
divulgar os avanços em NF1 de forma online (ver www.medconsumer.com ) onde foram incluídos séries de casos de pessoas
com NF1 que resolveram se automedicar com cetotifeno (ou outro bloqueador de
mastócitos) nos Estados Unidos, na Europa e na América do Sul.
A consistência dos depoimentos
que reuni é impressionante em sua concordância com os resultados que obtive em
minhas pesquisas anteriormente. De tal forma os dados são robustos que foram
suficientes para que já tenha sido iniciado o tratamento com cetotifeno de uma
criança de apenas 1 ano de idade, para a qual se espera uma grande “carga” de
neurofibromas.
Embora o cetotifeno tenha sido
aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) apenas para uso tópico ocular,
o medicamento não apresentou qualquer toxicidade ou efeito colateral que tenha
sido motivo para a recusa pelo FDA. A agência norte-americana recusou o
cetotifeno para uso geral sob o argumento de que ele teria baixa eficiência no
tratamento da asma.
No entanto, há múltiplos
estudos sobre este medicamento nos Estados Unidos e em outros países, os quais
verificam a sua capacidade de minimizar situações de excesso de fibrose ou
formação de cicatrizes excessivas. O cetotifeno também tem sido usado em todo o
mundo para uma série de doenças, como asma, dermatite atópica, verminoses, desordens
do apetite, entre outras.
A mastocitose é uma das
doenças efetivamente tratadas pelo cetotifeno, o que fez com tenhamos proposto
que a NF1 seria uma espécie de mastocitose. O esclarecimento desta semelhança
de respostas com a NF1 e de outros aspectos relacionados com biomarcadores e
Vitamina D, são fundamentais para a compreensão do papel do cetotifeno na NF1 a
longo prazo.
Com seu amplo uso clínico, a
segurança do cetotifeno é bastante conhecida. Além disso, seu custo é
relativamente baixo, cerca de 15 centavos de dólar por comprimido. Possui
também a apresentação genérica, embora a única formulação com a qual eu tenho
grande experiência seja o Zaditen®.
Apesar de todos estes
argumentos favoráveis, minha preocupação atual é se - e como – tornar
disponíveis os estabilizadores de mastócitos (em especial o cetotifeno) para
todas as pessoas com NF1. Esta questão é especialmente crítica para os
norte-americanos pela falta de aprovação da FDA, o que se torna o verdadeiro
combustível para as críticas aos argumentos que apresentei aqui.
Conclusão
O cetotifeno e demais
estabilizadores de mastócitos têm o potencial de reduzir drasticamente a carga de
neurofibromas nas pessoas com NF1 numa perspectiva mundial. Considerando os
dados que apresentei aqui, não está claro porque este potencial tem sido
desprezado, ignorado ou descartado.
Eu posso apenas ter a
esperança de que estas poucas palavras possam tornar este tratamento
imediatamente disponível pelo menos para algumas dos dois milhões de indivíduos
que vivem com NF1 atualmente.
Amanhã farei meus comentários sobre a
proposta do Riccardi.
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