Cerca de metade dos estudos analisados utilizou drogas inibidoras da via RAS (ver posts anteriores) e metade tentou modificar o ambiente celular (ver posta de ontem) das células tumorais do neurofibroma plexiforme.
Para entendermos a Tabela, Droga indica o nome do medicamento. Fase 1 indica estudos destinados a verificar a toxicidade e a tolerância ao medicamento num grupo restrito de pessoas. Fase 2, indica aqueles estudos também restritos a um grupo pequeno de pessoas, mas buscando-se ver efeitos sobre sinais e sintomas da doença. Idade, corresponde à variação na idade das pessoas que se submeteram ao estudo voluntariamente. Objetivo, corresponde ao resultado que seria considerado satisfatório. Resultado, corresponde ao que aconteceu afinal.
Na Tabela original existe também a coluna “Alvo”, que representa o mecanismo principal de ação da droga, mas creio fugiria aos objetivos deste blog.
OMS indica a taxa de resposta padronizada pela Organização Mundial de Saúde.
A primeira conclusão que podemos tirar da Tabela é de que a maioria dos estudos está em andamento, uma parte foi interrompida, e dispomos de poucos estudos concluídos (6, 7, 8 e 9), os quais nos apontam resultados pouco satisfatórios na redução dos tumores, exceto para a Fase 1 do estudo 9, cuja Fase 2 iniciou-se em 2015 (transformando-se no estudo 17). No entanto, os autores da revisão dizem “ocorreram alguns sinais iniciais de sucesso”.
Por outro lado, os autores comentam que mesmo aqueles estudos nos quais o medicamento não foi eficaz, houve aprendizado importante sobre como os plexiformes se comportam. Por exemplo, o estudo 2 (tipifarnibe) mostrou a taxa média de crescimento dos plexiformes sintomáticos em 12 meses. Outro estudo, com sirolimus (número 7), embora não tenha mostrado redução do tumor, aumentou o tempo para a progressão da doença em cerca de 15 meses.
Os longos períodos de observação, necessários para o acompanhamento do crescimento natural dos plexiformes nestes estudos, mostraram que não há praticamente remissão espontânea dos tumores e que os resultados impressionantes obtidos com alguns medicamentos usados em camundongos não se repetiram em seres humanos, obrigando os pesquisadores a mudarem o foco dos seus objetivos com o tratamento.
Em conclusão, Blakeley e Plotkin parecem animados com os diversos estudos em andamento, especialmente a continuação do 9 (selumetinibe), no qual todos os onze voluntários mostraram alguma redução do volume dos plexiformes.
Para todos nós, que trabalhamos com as pessoas com NF1 que apresentam neurofibromas plexiformes, é bom saber que existem estes vários estudos em andamento e que há uma procura por medicamentos para a redução dos tumores e seus sintomas.
Esta busca encontrará o tesouro algum dia.