Continuando as informações de ontem, lembro que o
acompanhamento clínico para as crianças com NF1 com gliomas ópticos deve ser
feito a cada 3 meses, durante os dois
primeiros anos a partir do diagnóstico do glioma.
Depois de 2 anos do
diagnóstico do glioma, se o tumor estiver estável, realizar o controle
anualmente com ressonância magnética até os 12 anos de idade.
A partir dos 7 anos,
o exame oftalmológico com a medida do campo visual anualmente pode ser uma boa
alternativa para o acompanhamento de crianças com NF1 e glioma óptico: se o
campo visual estiver normal ou inalterado, realizar a ressonância de 12 em 12
meses. Se o campo visual se alterar, realizar a ressonância de 6 em 6 meses.
Outras informações
importantes:
O tratamento de
gliomas ópticos na NF1 deve ser sempre adiado se os sintomas são leves ou
ausentes;
O tratamento do glioma óptico na NF1 só deve
ser iniciado quando há agravamento da perda da visão e o tumor estiver deformando
a face (devido à proptose acentuada) ou ameaçando a vida pela compressão das
estruturas nervosas próximas.
Nestes casos mais
raros e graves, abaixo dos 3 anos o tratamento de primeira escolha é a
quimioterapia (geralmente a carboplastina isolada ou associada à vincristina),
lembrando que, além dos efeitos colaterais (toxicidade, esterilidade e outros
tumores), em metade dos casos tratados com quimioterapia o glioma óptico retorna nas crianças com NF1.
Quando a
quimioterapia não dá resultado naqueles casos mais graves, a radioterapia pode
ser uma alternativa paliativa, lembrando que pode também produzir efeitos
colaterais importantes. Crianças com NF1 tratadas com radioterapia podem apresentar
deficiência intelectual e hormonal (crescimento, tireoide) e doenças vasculares
cerebrais (doença de Moya-Moya), assim como aumenta a chance de aparecimento de
outros tumores.
A cirurgia tem papel
limitado, geralmente é reservada para os casos raros mais extremos de proptose
acentuada ou casos graves em que a radioterapia falhou, e a remoção do nervo
ótico resulta em perda completa da visão naquele olho.
Portanto, nossa
torcida é para que sua filha esteja entre aqueles 85% das crianças com NF1 e
gliomas ópticos que não causam qualquer problema. Para os casos mais graves,
continuamos torcendo para que seja descoberto algum medicamento que possa
melhorar nossos resultados atuais no tratamento dos gliomas ópticos na NF1.
Imprima
estas opiniões e leve à pediatra de sua filha. Você pode também indicar para a
médica o nosso artigo de 2015 (obtenha o artigo completo clicando aqui), onde ela encontrará mais instruções técnicas
para o controle clínico dos gliomas ópticos na nas crianças com NF1.
Marcadores: glioma óptico, neurofibromatose do tipo 1, quimioterapia, radioterapia, tratamento