Conversei com Márcio Leandro Ribeiro de
Souza, Nutricionista e Doutorando no Programa de Ciências aplicadas à Saúde do
Adulto na Faculdade de Medicina da UFMG sobre o Congresso em Neurofibromatoses
nos Estados Unidos, do qual ele acabou de chegar.
Dr. LOR – Caro Márcio, qual
foi a sua contribuição científica para o congresso, ou seja, quais os
resultados mais importantes que você compartilhou?
Márcio - Assim como no ano passado, quando levamos
dois trabalhos de nutrição na NF1 referentes ao meu mestrado, agora levamos
mais avanços obtidos nessa área. As pesquisas em nutrição na NF1 ainda estão
começando e temos muito o que avaliar.
No congresso, o Children’s Tumor Foundation Conference
de 2015, levamos um pôster sobre os níveis de açúcar mais baixos apresentados
pelas pessoas com NF1. Esse estudo reforça a importância de investigar os
aspectos metabólicos nas neurofibromatoses.
Essa pesquisa foi realizada pela colega doutoranda
e nutricionista Aline Stangherlin Martins, e surgiu de observações clínicas
durante os atendimentos no CRNF, no qual os médicos do centro desconfiaram que
a diabetes tipo 2 parecia ser menos frequente nas pessoas com NF1. De fato, nossa
pesquisa comprovou esta suspeita e este resultado é importante. Atualmente,
continuamos estudando para verificar outros sinais clínicos do metabolismo da
glicose e da frutose na NF1.
Quero lembrar que temos contado com a participação
do Dr Vincent Riccardi, que é um dos grandes estudiosos em neurofibromatoses, e
que está colaborando ativamente comas pesquisas em nutrição.
Dr LOR - Qual foi a
reação da comunidade científica aos seus resultados?
Márcio - Durante a
apresentação do nosso pôster, tive a oportunidade de conversar com
pesquisadores de diferentes países que acharam muito interessantes os
resultados e discutiram possibilidades e hipóteses para novas pesquisas.
Alguns desses
pesquisadores comentaram inclusive terem lido o nosso artigo de consumo
alimentar publicado em 2015, na importante revista científica Nutrition (Veja aqui o artigo publicado), e que
foi o primeiro estudo sobre padrões alimentares em pessoas com NF1.
Como já citei
anteriormente, as pesquisas em nutrição na NF1 estão apenas começando, e somos
o único grupo desenvolvendo pesquisas clínicas sobre aspectos nutricionais na
doença.
E um ponto me deixou
extremamente empolgado: no último dia de congresso, as últimas palestras sempre
são feitas apresentando perspectivas de estudos futuros nas neurofibromatoses,
e na palestra sobre o futuro da NF1 eles chamaram a atenção para a Nutrição
como uma das áreas a serem melhor estudadas na doença, mostrando que estamos no
caminho certo.
Dr LOR - Obrigado Márcio e vejam abaixo o poster apresentado e até segunda!
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