Se
considerarmos que os problemas comportamentais e cognitivos estão relacionados
entre si e que são a principal queixa das pessoas com NF1, especialmente na
infância, compreendemos porque estes transtornos são um dos principais alvos
das pesquisas que buscam tratamentos, especialmente a busca de remédios,
para a Neurofibromatose do Tipo 1.
A partir de
2005, tomamos conhecimento de alguns resultados iniciais de pesquisas com a
Lovastatina em camundongos. Foram estudados camundongos geneticamente
modificados para apresentarem a NF1 e eles também apresentam dificuldades de
aprendizado, as quais podem ser comparadas às dificuldades das pessoas com NF1.
Observou-se que o tratamento com a Lovastatina corrigia as dificuldades de
aprendizado dos camundongos e por isso este medicamento começou a ser testado
também em seres humanos. Os resultados destas pesquisas em crianças com NF1
ainda não são conclusivos, pois alguns encontraram melhora da memória verbal e
não verbal nas crianças estudadas, assim como em outras habilidades cognitivas,
mas outros pesquisadores não encontraram os mesmos efeitos.
No momento,
creio que dispomos de informação suficiente para experimentarmos cuidadosamente a
Lovastatina em algumas pessoas com NF1 e com dificuldades de aprendizado que
estejam limitando sua competência social. Para informações mais detalhadas sobre
a Lovastatina na NF1, veja a página ao lado dedicada especialmente a este
assunto.
Ritalina e NF1.
A ritalina
(ou metilfenidato) é outro medicamento que tem sido estudado em crianças com NF1
e dificuldade de atenção e hiperatividade. Cerca de metade das crianças com NF1
apresenta um quadro semelhante ao Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH), que me parece mais dificuldade de atenção do que
hiperatividade. As crianças com NF1 + TDAH têm resultados piores do que aquelas
com NF1 sem TDAH e apresentam mais chance de problemas comportamentais. Assim,
seria importante obtermos um medicamento que pudesse melhorar os sintomas de semelhantes
ao TDAH na NF1.
Alguns
resultados de pesquisas na Alemanha (Mautner e colaboradores em 2002 e 2013 - ver artigo completo aqui) e
na França (Lion-François em 2014 - ver artigo completo aqui) têm mostrado que a ritalina usada
cuidadosamente melhorou os testes cognitivos, assim como o nível de atenção e
os problemas de comportamento das crianças com TDAH e NF1. Assim, creio que a
ritalina pode ser experimentada de forma criteriosa em crianças com NF1 que
apresentem dificuldades de atenção, hiperatividade e problemas comportamentais.
Marcadores: dificuldades de aprendizado, Lovastatina, metilfenidato, neurofibromatose do tipo 1, Ritalina, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)